sábado, 2 de junho de 2007

Desabafo



Foto: Nilza Guimarães Carboni & seu esposo Alberto Carboni

CRÔNICA DE 1995-DESABAFO

Li outro dia no jornal que um grupo de parlamentares norte- americanos vem ao Brasil, para tomar conhecimento da devastação na Amazônia e arguir sobre os direitos dos nossos índios.
Outra notícia diz que o setor industrial norte- americano despeja anualmente 2,4 mil toneladas de gases tóxicos na atmosfera, poluindo o ar. Dessas substâncias, 320 são cancerígenas.
Li também que nossos índios têm suas reservas enormes comparadas aos Estados Unidos, estes ameaçados de corrupção, onde é alto o nível de pobreza e alcoolismo.
Uma comissão do Senado americano investigou a ineficiência do " Bureau de Assuntos Indígenas" em impedir que fraudes de companhias petrolíferas negociem com os índios.
Logo, "quem tem telhado de vidro, não pode atirar pedradas".
As tribos dos apaches, sioux, cheyennes, foram quase dizimadas na marcha pelas savanas do meio- oeste.
Nos filmes de mocinhos e bandidos que fizeram as alegrias dos nossos filhos, os bandidos eram sempre os peles vermelhas.
Ninguém daqui foi investigar o assassinato do líder pacifista Luther King como eles o fizeram com o ecologista Chico Mendes.
Pois bem. Um país que arrasou com bombas atômicas duas cidades japonesas, matando centenas de inocentes; que usou o desfolhante laranja no Vietnã, que explora economicamente a América Central e do Sul, não tem moral para fazer defesa de ecologia e direitos humanos.
O nosso governo precisa dar um basta a essa chantagem que só tem segundas intenções.
Precisamos preservar nossa flora e fauna. É- nos, porém, humilhante que outros países venham meter o bedelho em assuntos que só a nós dizem respeito.
Por que não preservaram suas matas?
Se a Amazônia é o pulmão do Mundo, não temos obrigação de dar de graça o seu oxigênio.Cobremos uma taxa pela sua preservação.
Bem diz nosso caboclo : "O macaco enrola o rabo, senta e vai olhar o rabo do vizinho".

VOVÓ GUITA