quinta-feira, 17 de abril de 2008

A casa da SAUDADE chama-se memória:

é uma cabana pequenina a um canto do coração.





Um ano sem você...

Avó, Mãe, amiga fiel, mestra, corajosa e sincera.

Pessoa de Fibra!

São tantas qualidades, mas a qual eu admirava muito era sua

capacidade de ajudar as pessoas, estas... amigas ou inimigas e até desconhecidas.

Não importa quais eram!

Bastava alguém pedir sua ajuda que você já estava presente
para estender suas mãos.

São tantas lições de vida, recordações e lembranças que jamais irão se apagar do meu coração.

Imagino que agora está em paz, como um anjo com um sereno sorriso nos lábios

e asas iluminadas viajando pelo infinito sem restrições, e mesmo assim tentando

cuidar de nós,... admirando sua família crescendo e torcendo para que todos
nós sejamos felizes.

Vovó, obrigada por ter feito parte de minha vida e por ter deixado tantos ensinamentos!

O meu consolo é saber que um dia ainda iremos nos reencontrar!

SAUDADES!!!!!!!!!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Os ecos da ECO-92


Foto: Simone Carboni

17 de julho, de 1992.

Após a morte trágica de Chico Mendes recrudesceu aqui o movimento ecológico e os países ricos lançaram os olhos sobre a Amazônia. Esta tornou-se o bode expiatório de todos os males ambientalistas do planeta: sua devastação estava comprometendo a camada de ozônio, era culpada pelo efeito estufa e sem ela, a Terra não teria oxigênio, pois, a Amazônia é o pulmão do mundo...
Os Estados Unidos que tem teto de vidro, mas gostam de atirar pedradas, humilharam-nos mandando para a Amazônia um grupo de senadores querendo ditar leis sobre a conservação das florestas e preservação das terras indígenas ( faça o que mando e não faça o que fiz). O que eles fizeram de suas matas e seus índios? Até nos filmes seus índios eram massacrados. Se fossemos tão predadores não teríamos a maior floresta do mundo que está causando a cobiça dos países ricos. Todos os brasileiros sabem que há necessidade de preservá-la e isso já se aprendia na escola desde a minha logínqua infância, principalmente nas festas da entrada da primavera.
Mas, não há bem que sempre dure, nem mal que não tenha fim.
Veio a tão propalada ECO-92 e chegou a hora de colocar as cartas à mesa. Os ecos da ECO-92 se fizeram sentir em todo o mundo e representantes de todas as nações vieram prestigiar o evento. Pelo cientistas, a Amazônia deixou de sentar-se no banco dos réus, pois, os maiores poluentes do meio ambiente são as grandes indústrias dos países ricos e suas usinas nucleares. Os Estados Unidos receosos, tiraram o corpo fora, fazendo jus ao aforismo popular." Quem tem rabo de palha não se assenta perto de fogo". Atrás de toda a organização, os interesses econômicos falam mais alto. Com toda a siceridade não ponho muita fé nessa Eco-92. Os interesses das nações se entrechocam e vai continuar tudo do mesmo modo. O que não precisamos é da ingerência de outros países em coisas que só a nós dizem respeito.
A guerra do Golfo também nada mudou. Liberadas as minas de petróleo, ninguém se incomodou com Saddam Hussein que continua famoso se vangloriando de ter dado bastante trabalho aos exércitos mais equipados do mundo.
E a ONU, o que ela está fazendo para os milhares de africanos que estão morrendo de fome devido a uma guerra civil? E os direitos humanos tão propalados?
Ando até desconfiada do meu Q.I. . Será que na velhice a gente acaba não entendendo mais nada?

VOVÓ GUITA

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Reflexão


Foto: Simone.Carboni


01 de Dezembro de 1989.
Não há canal de televisão, jornais ou políticos ávidos de votos que não explorem o problema do menor abandonado. Citam inúmeras causas, como a sócio-economica do país, descaso da sociedade vigente, como se a gente tivesse culpa que eles viessem ao mundo. O assunto é complexo, criam lares de menores como a Febem e nada de resolver o problema. Já está dando "pano pra manga".
Agora uma pergunta: - Quem abandonou o "abandonado" não tem culpa no cartório? Não cabe a ele responsabilidade nenhuma? As vistas das autoridades não devem dirigir-se às famílias carentes?
O passarinho necessita de um ninho como a criança de um lar, por mais pobre que seja.Ali ela se sente segura.
Conheço lares paupérrimos em que as crianças são felizes porque encontram apoio nos pais, pois estes trabalham, garantem o arrimo da família.
Mas a maioria das crianças abandonadas vêm de pais ociosos, alcoólatras, sem responsabilidade.
Sei de um prefeito que quis resolver o problema. Fez um levantamento através de assistentes sociais, criou escolas, mas as crianças não as frequentavam continuavam na rua, os pais as preferiam assim, esmolando, garantindo-lhes a ociosidade e o alcoolismo.
Urgia rigor com esses pais mas, encontrou uma barreira: infelizmente não há lei que puna a ociosidade e o pai tem poder sobre o filho.
Se as nossas leis fossem rígidas, se houvesse punição para os pais que não enviassem os filhos à escola, se a ociosidade fosse punida, se todos compreendessem que o trabalho dignifica o homem, o mundo seria bem melhor.
Estão me achando radical mas, procurem uma pessoa para limpar o quintal, uma empregada doméstica, um profissional para certos consertos, se vocês os encontrarem, julguem-se privilegiados.
VOVÓ GUITA

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Nosso Povo, Nossa Gente



Foto: Simone Carboni

Nov/1991
O povo brasileiro é alegre, extrovertido, afável. Que o digam os inúmeros estrangeiros que aqui se aportam.
Agora mesmo, nesta hora, em que o País vive um dos momentos mais decisivos de sua história, o nosso povo, não está nem aí.
Enquanto nossos ilustres constituintes estão debatendo a nossa Constituição, quebrando a cabeça com tantas emendas,( li que já são quinhentas) sem chegar a nada, o povo está preocupado com o Carnaval que se aproxima.
Pensando bem, até que há uma razão para isso.
Já pensou, perder tempo em saber qual o partido que terá mais representantes, um querendo sobrepor o outro, quem vai redigir a Carta, se tem ou não competência, que atração tem? O melhor mesmo é cair no samba.
Para os nossos dignos constituintes, este é o momento propício para suas entabulações. Sentem-se mais à vontade, sem ter ninguém para atrapalhá-los e podem rezar o "Pai Nosso" só até onde diz: " Venha a nós o Vosso Reino".
Enquanto isso, o povo curte a chegada do rei Momo. O nosso povo gosta de levar a vida cantando. é igual a Lili daquele filme.
Mas o carnaval acaba e então ele sente na pele os apertos da vida. Mas não se desespera. Deus é grande, é brasileiro...Se Deus quiser tudo vai dar certo...
De repente ele percebe que foi enganado. Há corrupção nas nossas instituições. Mas não se aflige não.
Revoltar-se para quê? A vida é tão curta e é preciso vivê-la em toda plenitude. O melhor é levar na esportiva e cantar: " Se gritar: Pega ladrão.Não fica um, meu irmão".
Através da música , ele se acha vingado.
Meu povo, minha gente.

VOVÓ GUITA

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Brasilidade



02 de fevereiro, de 1991.
Enquanto os Estados Unidos e seus aliados exibem os mais sofisticados e técnicos materiais bélicos demonstrando ao mundo um grande poder militar, no Brasil há uma disputa entre o governo e o Congresso. Há uma pedra no entendimento da política econômica. A política salarial preenche o espaço vazio nas decisões dos nossos congressistas que matam o tempo não resolvendo nada. Não faltam os oportunistas que se esforçam em aparecer como arautos do bem estar do povo. Com bolsos recheados de mordomias, mais atrapalham que ajudam mormente nesta hora de dificuldade que passa o país, precisando da cooperação de todos. A Assembléia Legislativa Paulista já deu sua cooperação: renovou sua frota com mais 100 opalas! O deputado Tonico Ramos quer encerrar sua gestão com brilhantismo.
A carteira da Previdência dos deputados que lhes dá aposentadoria aos oito anos de um "dolce far niente" não foi extinta e sim transferida para o sistema previdenciário estadual. De onde sai esse dinheiro?
Agora, a política salarial que era a arma predileta dos sindicatos, passou a ser usada pelos congressistas. Será que a inflação lhes incomoda tanto ou lhes é altamente conveniente para desestabilizar o governo com o desencadeamento das greves e com as demissões em massa?
Enquanto isso gastam-se milhões em escola da samba. Mas há o seguro desemprego e os sindicalistas põem-se em campo para a reposição salarial acenando para as greves. Onde está a carência?
Temos sim, carência de brasilidade, de cultura social e educacional.
Certo estava Capistrano de Abreu - tido como um dos maiores eruditos em assuntos brasileiros - quando disse que se fosse elaborar a Constituição teria apenas este artigo: " TODO BRASILEIRO É OBRIGADO A TER VERGONHA".

Vovó Guita