terça-feira, 3 de julho de 2007

Flagrantes da vida real

Vovó Guita e seu irmão gêmeo "Lalau"

23 de maio, de 1992.

Ninguém suporta mais as notícias veiculadas pelos jornais e televisões sobre a ruptura de ética que se alastra em todo o país: corrupções, nepotismo, permuta de favores que envolvem todos os escalões dos poderes da nossa combalida República.
Deixemos de lado esses escândalos que tornam o nosso congresso desacreditado e volvemos os olhos para as coisas boas da vida. Lembremos que estamos de passagem neste Mundo e que num abrir e fechar de olhos caimos na terceira idade, naquela que diz o poeta : " Os desenganos vão conosco à frente e as esperanças vão ficando atrás".
Nessa idade sentimo-nos felizes pela missão cumprIda, pelos esforços que fizemos em vencer a caminhada, nem sempre colhemos rosas, também espinhos, pedras, nuvens negras mas, muitas vezes mar sereno e a proteção Divina. Eis que sentimo-nos sós a solidão e a saudade vêm à nossa porta. Os filhos casados, cada qual com seus afazeres, parentes e amigos que ficaram pelo caminho, as sequelas que acompanham essa idade fazem com que tornamo-nos melancólicos e carentes de afeto. Para evitar esses transtornos, muitos idosos recorrem ao lazer das viagens, fazem trabalhos comunitários, procuram trabalhar em serviços de acordo com as suas aptidões.
Mas a velhice para as pessoas de baixa renda, para as carentes, é um transtorno.
Os idosos julgam-se um estorvo para a família, pois vêm a pesar no minguado orçamento sem poder colaborar, muitas vezes doentes e desnutridos. Ficam alijados como párias na sociedade.
Há porém uma luz no fim do túnel. Almas boas se preocupam com a situação desses velhos e foram criados os Centros Comunitários de Idosos que além da cooperação da sociedade teve a ajuda dos poderes públicos através das prefeituras que , sem discriminação de partidos políticos, puseram em prática tão benemérita instituição.
Os C.C.Is. fazem-se sentir em muitas cidades e, em Santa Cruz do Rio Pardo, onde foi criado há dois anos, tornou-se o baluarte de todo o Vale do Paranapanema, quer pela sua organização, quer pelo número de seus associados que vêm nele a alegria de viver.
Lá recebem aulas de ginástica, trabalho em artesanato, alfabetização, reuniões esportivas, danças e ensinamentos religiosos. Sempre viajam pelas cidades vizinhas a passeio ou intercâmbio cultural esportivo como há pouco o fizeram em Marília na II Olimpíada de Idosos.
Dá gosto ver esses idosos de todas as camadas sociais, sem diferença de raça, nacionalidade ou condições sociais, irmanados como se fossem uma grande família.

VOVÓ GUITA

5 comentários:

Anônimo disse...

Impecável, como sempre.

:-)

Anônimo disse...

muito interessante o texto!
sobre os idosos tendo gosto pelos cursos,passeios,tendo incentivo para viver mesmo,muito bonito isso!

Renatinha disse...

Bateu saudades....
beijocas

Kiko Verga disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Nossa este blog tá cada dia mais requintado! Assim a gente mata um pouquinho as saudades dela, né?! Beijos e parabéns Gabi